segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Múltiplas realidades

Em poucos dias de férias, saindo de Minas, aproveitei para visitar um casal de amigos que mora em São Luís, no Maranhão. Habituada a pesquisar e a falar sobre carros e trânsito, foi impossível não observar quantas diferenças nos separam dos maranhenses.

A primeira delas vai direto no bolso: conforme os amigos de lá, em São Luís não se faz seguro particular de carro. Não se faz seguro, porque não se furta/rouba veículo na capital do Maranhão. Mas isso ainda é possível nos dias de hoje? A explicação talvez esteja na geografia: como São Luís é uma ilha, há apenas uma saída da cidade, dificultando o "escoamento" de carros furtados/roubados. Insisti: e não existe, em São Luís, o "tradicional" comércio de desmanche de veículos furtados/roubados? Disseram que não. Que se manifeste quem conhece melhor o local.
Por outro lado, a fiscalização de trânsito não parece estar nas prioridades da polícia. Em pleno feriado de virada de ano, presenciei infrações inúmeras às barbas das autoridades: automóveis carregando passageiros além da capacidade, falta de cinto de segurança até nos bancos da frente, sem falar no consumo de álcool antes de dirigir, que não é tão visível aos olhos, mas bastava pelo menos parar alguns dos modelos que passavam entre cones à frente dos policiais para pelo menos impor algum respeito. Em todos os momentos que passei por blitz não vi ninguém ser parado… Infelizmente, nesse caso, as diferenças não são grandes para outros estados. Que me perdoem os policiais de São Luís por estar usando este exemplo, não é peculiaridade local. Apenas relato o que vi.
Em São Luís também se vê muito carro novo, aliás, em proporção bem superior aos mais velhos. De acordo com moradores da cidade, troca-se de carro a cada dois anos, no máximo – e isso não é restrito aos motoristas de melhor condição financeira. Desta vez, a explicação estaria nas condições climáticas naturais da maresia, que "corrói" o veículo por dentro de maneira bem acelerada, e a outra característica comum, mas nada natural: a péssima qualidade de pavimentação da cidade. Aliás, essa parte me horrorizou. Francamente, uma cidade cercada de maravilhas naturais como São Luís, merecia um asfalto à altura. E eu que pensava que Belo Horizonte tinha muitos buracos e o recapeamento durava pouco…
Talvez esse seja um dos motivos pelos quais também chama a atenção a grande quantidade de picapes do segmento médio que se vê na cidade. Basta ter uma condição de vida um pouco melhor para o cidadão já investir nas grandalhonas… Entre estas, a Toyota Hilux é a grande rainha.
Aliás, que "marketing" para a montadora japonesa é a simpática cidade de Barreirinhas, visita obrigatória, já que é de onde se parte para os famosos Lençóis maranhenses. Como grande parte do caminho até os Lençóis é por areia, e o trajeto exige um 4x4, o percurso é feito, em sua maioria, por veículos Toyota Bandeirantes, adaptados com bancos na traseira (no estilo pau-de-arara), para levar os turistas. Quem preferir pagar mais caro para ter mais conforto no "pula-pula" do caminho, pode optar por uma Hilux. De qualquer maneira, é um Toyota, e mesmo que não seja, será assim chamado, pois em Barreirinhas Toyota virou sinônimo de carro.

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